Pressão alta ou hipertensão arterial, o que devemos saber
Esta é sem dúvida a doença mais comum em nossos consultórios e um enorme desafio entre os pesquisadores, uma vez que entre cem pessoas com pressão alta ou hipertensão, noventa e cinco destas não se acha a causa e os exames estão normais. Estima-se que em 2025 teremos um bilhão de pessoas no mundo com hipertensão arterial ou seja um terço da população do mundo. No Brasil de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde a porcentagem de pessoas com pressão alta ou hipertensão arterial varia de vinte e dois a trinta e dois por cento de nossa população ou seja, de cada três pessoas, uma tem pressão alta. Os dados da CDB ou Carga Global das Doenças em 2017 revelou que a elevação da pressão arterial foi o principal fator de risco responsável por 10,4 milhões de mortes isso indica alta prevalência e é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e renais. Mas como definir se uma pessoa tem ou não pressão alta ou hipertensão arterial? A Sociedade Brasileira de Cardiologia em suas diretrizes recomenda que todas as pessoas devem aferir a pressão arterial pelo menos uma vez ao ano. Estamos autorizados a dizer que a pessoa tem pressão alta ou é hipertensa após duas ou três medições em dias diferentes com pressão arterial igual ou superior a 140 x 90. De acordo com os Arquivos Brasileiros de Cardiologia de 2021, novos conceitos foram introduzidos como pressão ótima, quando inferior a 120 x 80; pressão arterial normal, se 120 x 80. Outro conceito novo é o de pre-hipertenso, quando pressão estiver entre 130 a 139 de pressão sistólica ou maior e 85 a 89 de diastólica ou mínima. A partir de 140 x 90 existem estágios variados da doença 1, 2 e 3, este último se pressão igual ou superior a 180 x 110. É necessário entender algumas apresentações da doença pressão alta como pressão alta do idoso quando apenas a pressão maior ou sistólica fica elevada como por exemplo 180 x 80; ou pressão do avental ou jaleco branco que se eleva na presença do médico, ou quando se afere a pressão; existe a hipertensão mascarada, quando está normal a pressão no consultório e elevada fora dele; existe ainda a hipertensão diastólica isolada, quando apenas a pressão diastólica ou mínima fica elevada. Todas estas apresentações da doença pressão alta deve ser consideradas, acompanhadas e tratadas. Vale ressaltar que outras diretrizes como as americanas recomendam a aferição da pressão arterial deve acontecer em todos adultos acima de dezoito anos. A hipertensão arterial ou pressão alta é denominada de assassina silenciosa porque é a doença crônica, não transmissível se sintomas, e que se não for tratada agride, lesa os vasos sanguíneos, coração cérebro e rins. Portanto, sintomas como dores de cabeça, tontura, vista embaralhada, falta de ar, dores na nuca e palpitações não são específicos e exclusivos de pressão alta, porque várias outras doenças produzem estas manifestações. O diagnóstico de pressão alta ou hipertensão arterial é feito apenas e exclusivamente pela aferição da pressão arterial em duas ou mais ocasiões com pressão igual ou superior a 140 x 90.Na próxima semana voltaremos a este tema com abordagem sobre fatores de risco, prevenção e tratamento.
Referencias:
Zipes DP, libby P, Bonow RO, Mann DL, Tomaselli GF. Braunwald: Tratado de Doenças Cardiovasculares. 11.ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2022. Livro impresso.
https://www.portal.cardiol.br/diretrizes
Élvio Marques da Silva – CRMG 17383- Cardiologista Clínico – RQE 10984
Mestre em Medicina pela UFMG – Clínica do Coração – 37 999 15 3585