Lançamento da obra Rapsódias, de Vicente Parreiras

No dia 22 de abril a escritora itaunense, Ninfa Parreiras que atualmente reside no Rio de Janeiro estará em Itaúna para noite de autógrafos no lançamento e apresentação da obra literária com poemas, do autor Vicente Parreiras, pai da escritora .
A escritora itaunense, Ninfa Parreiras, possui dezenas de obras publicadas para crianças e adolescentes, muitos dos seus livros são premiados e fazem parte de programas literários.
Em 2025, Vicente Parreiras (1923-1999) completaria 102 anos. Escritor, poeta, jornalista, gráfico, empresário e artista das letras e canções. Colaborador de diversos jornais itaunenses, ele era professor, estudioso de fitoterapia e de homeopatia. Autodidata, nascido em Crucilândia, MG, estabeleceu-se, desde criança em Itaúna, onde atuou no comércio, na comunicação (jornais, gráfica) e em movimentos sociais. Tem textos publicados em jornais e coletâneas (Belo Horizonte, Itaúna e Rio de Janeiro) e declamados em saraus e rádios. Deixou poemas, crônicas e contos inéditos.
A obra Rapsódias traz um conjunto de seus poemas, em sua maioria, sonetos de diferentes épocas, em que retrata situações da vida rural, da natureza e seu olhar sobre diferentes afetos. A vida, o tempo e a finitude são alguns dos seus temas preferidos.
‘(…)
-Há, porém, duas portas principais
(uma de entrada, outra de saída)
pelas quais todos passam uma só vez:
a de entrada é a porta da vida
por onde entramos no mundo
a de saída – a porta da morte
por onde saímos da vida temporal.
-Os que transpôem essas duas portas
munca mais voltam caminho atrás:
ninguém torna ao estado do não
Ser – como também nenhum
dos que partiram retornará ao tempo.’’
Trecho da Obra
Rapsódias traz 83 poemas. Há tema universais; e os regionais, como os animais da roça. Um olha lírico e rea-lista sobre o cotidiano – um porco, um ipê. Sua poesia em métrica traz ora um tom irônico ora intimista. Chama a atenção o rigor das formas fixas nos sonetos. O título da obra faz parte do poema ‘‘Rapdsódia da vida’’ que sin-tetiza as fantasias e os monstros do viver e do escrever. Meu pai costuma-va recitar ou declamar os textos ao gosto de uma rapsódia. Os poemas são de diferentes datas, transcritos de cadernos em caneta tinteiro com a letra em bolas e círculos. Ele bordava ao escrever. Ou escrevia bordando. Minhas me-mórias são da máquina de da-tilografar e dos cadernos, ele fi-cava de pé para declamar para quem ouvisse ou para as pare-des. Ler em voz alta o aproxi-mava das vozes do sagrado, do mistério dos versos.
Ninfa Parreiras

Serviço:
Dia 22 de abril, 18h, na Biblioteca Pública Municipal Engenheiro Osmário Soares Nogueira, Rua Zezé Lima, 176, Centro, Itaúna, MG.
Autoclassificação livre, evento aberto ao público.
Contato: Naara (31 – 99615-7073)
