Então é Natal
Que aquela luz seja uma estrela. Aquela que parece ir em uma determinada direção.
Apenas o desejo de um presente de uma criança no Oriente, de um voltar para casa de um soldado, de um asilado político, financeiro ou emocional.
Todos fazem parte do presépio, até a mentira de que Papai Noel não esquece de ninguém. Também os que fazem caridades apenas, a cada final de ano e não sabem o que fazer com tanta comida que sobrou.
Aqueles que podemos ver, e aqueles que apenas podemos sentir, também toda esperança e desejo que esconde a nossa falta de gratidão por estarmos vivos, um ano mais.
É como se estivéssemos durante todo o ano adormecidos, distraídos e de repente, Natal, junto a ilusão de começar de novo. Como se de um dia para outro fossemos capazes de sermos diferentes.
É difícil não crer que não podemos. Contra todo prognóstico seguimos inventando motivos para não entediarmos, para não deixarmos de viver.
Deve haver uma maneira de repartir toda esta ilusão de fim de ano em doze meses, em 365 dias, em 8.760 horas….
Uma maneira de desejar um feliz dia todo dia, um abraçar diário, um sentir – se bem e capaz de conviver com todos, mesmo porque… porque é Natal.
Deve haver uma maneira de ensinar aos filhos o que é ilusão e o que é realidade, e aos maiores que é hora de parar de ilusionar – se com uma outra vida melhor antes que um velho louco aperte um botão e leve todo o mundo com ele à nova vida que ele acredita depois de morrer.
Renascemos a cada dia.
Porque é natal.