E por falar em resignação
Vira a chave e o motor não arranca. Desce e começa a caminhar, entre os passos e teoriza sobre sua escolha, suas escolhas.
Tenta ser indulgente e amável consigo mesmo, afinal não havia um manual de instrução, tampouco sinais claros de como conduzir algo altamente sofisticado como nossa mente, ou melhor, nossos estados mentais.
Antes, buscávamos alguém para empurrar e pegar no tranco, uma chupeta, uma oração, um palavrão, tudo valia para não ficarmos tirados à beira do caminho, agora basta acostumarmos à inércia, ao tédio, à resignação.
Por sorte, a certa idade, todo caminho é descida, assim basta estar dentro para estar confortável, pois querer estar fora buscando algo para criar seu movimento é perder o controle da direção, da velocidade, enfim, deixar de admirar o pouco da paisagem que resta antes de estrelar-se com o vazio que tanto evitas.
Conduzir de acordo com a estrada e com o tempo.
Não existe outra opção.