E por falar em Casamento
Alguém disse – se estiver apaixonado não case. A paixão é efêmera e carece de realidade do que é e do que pode ser o outro.
A tentativa de querer eternizar a doçura em que o outro lhe proporciona, pondo em seu rosto um sorriso de tonto flagrado em travessuras é, em um curto espaço de tempo muito frustrante.
Paradoxalmente, sem esta necessária cegueira produzida naturalmente pela natureza em forma de hormônios, não existiria a humanidade, que mesmo tendo evoluído do estágio reptiliano para o límbico e chegar ao neocórtex, a interação e coexistência evolutiva consegue arrastar consigo a necessidade da procura e conservação da parceria para a sobrevivência da espécie.
A continuidade de uma relação matrimonial sem esta paixão passa a existir por conveniência social e principalmente pessoal com raríssimas exceções; primeiro por interesses que nada tem a ver com a paixão inicial; segundo por falta de opções de trocas ( mais vale um mal conhecido que um bem por conhecer), ou ainda por não conhecer algo melhor que o queira; terceiro entre outros a necessidade de pertencer a um núcleo familiar, sendo que este parece ser o mais forte entre os diversos interesses em manter um matrimônio fracassado.
Pode ser que a maioria prefira uma companhia chata e às vezes insuportável que a solidão, alguns lutam por manter o mesmo encantamento inicial apesar de terem mudado o grau dos óculos que usam, outros preferem a inconsciência do horror que deve ser a convivência íntima com alguém que não ama mais.
Não faltam motivos para fugir do casamento, não faltam motivos para manter um casamento super agradável, basta coincidir sua capacidade de amar com a capacidade do outro.
Primeiro a capacidade de amar e conviver consigo mesmo, o requisito básico para amar e conviver com o outro. Disto se trata o casamento.