Desenho Orgânico: curvas são tendência e refletem aconchego na arquitetura
Na arquitetura, a sinuosidade sempre cumpriu esse papel atemporal de contrapor a rigidez de estruturas. Entretanto, de uns tempos para cá, tem se feito mais presente ao passo que a sociedade reivindica a necessidade de ver o lar como um refúgio acolhedor. As linhas retas, inspiradas no modernismo do século XX, dão lugar a arcos, bordas, móveis curvilíneos e tudo aquilo que ajude a propiciar a um lar suave.
Acho que essa é uma tendência que não veio só pela estética, mas reflete o momento em que estamos vivendo: o de quebrar a rigidez. Espaços fluidos e curvos deixam a atmosfera mais leve, e o layout e a alvenaria podem contribuir para isso. Quando eu comecei a trabalhar com design de interiores, a regra de distribuição dos móveis era a ortogonal: um ou mais sofás, poltronas e uma mesa de centro enorme. Hoje já mudamos isso e incluímos modelos menores, há arranjos mais leves e informais para estimular a conversa. Se você reparar até as camas hoje aparecem mais desarrumadas, o milimetricamente perfeito vem perdendo espaço e as pessoas suavizaram a maneira de morar. “Meu trabalho é trazer para dentro dos projetos arquitetônicos estas formas harmonicamente dispostas e as cores que são tão agradáveis aos nossos olhos”.
Além de poder ser estrutural, a curva também pode vir no mobiliário, como em bancadas de trabalho, armários, estantes, guarda-corpo de escadas, nichos e até duchas de piscina, com design exclusivo. Além disso, trabalhamos as formas orgânicas e as linhas sinuosas no gesso dos tetos e pisos, conferindo movimento e beleza ao ambiente. Também usamos este movimento em vitrais de decoração e clarabóias”. Da sofisticação à referência ao trabalho de Niemeyer, uma coisa é certa: as curvas sempre têm um toque de leveza para agregar ao lar. “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu… De curvas é feito todo o universo”. NIEMEYER, Oscar.