Como cuidar bem do seu coração – Ataque cardíaco, é possível prevenção?

Teríamos como prevenir o ataque cardíaco ou infarto do miocárdio? Esta é sem dúvida uma boa pergunta e uma discussão bastante interessante, atual e oportuna. Na atualidade e convivendo com a internet e especialmente redes sociais, há de se ter muito cuidado com o que se lê e o que se propõe, especialmente em termos de saúde. O grande vilão das doenças do coração, especialmente nas agressões às artérias coronárias é a aterosclerose ou arteriosclerose, que trocando em miúdos, significa obstrução, entupimento com a presença em graus variáveis de placas de gorduras que chamamos de ateroma. As artérias coronárias em número de duas, a coronária direita e esquerda envolvem e nutrem o músculo cardíaco ou miocárdio. Mas quando e como as artérias coronárias ficam obstruídas ou entupidas? Aos que pensam que este processo da aterosclerose se inicia na idade adulta ou quando envelhecemos, a ciência já demonstrou que o início do processo de obstrução da artéria se inicia na infância e adolescência com maus hábitos alimentares, ingestão elevada de gorduras saturadas, péssimos hábitos de vida, sedentarismo ou falta de atividade física, obesidade sobrepeso e tabagismo entre outros. O infarto do miocárdio ou ataque cardíaco e o derrame cerebral ou acidente vascular cerebral são a principal causa de morte em todo o mundo, com enorme adoecimento da população. Com o envelhecimento e maior expectativa de vida na atualidade os casos destas doenças tem aumentado sensivelmente. Em 1990 Geoffrey Rose discutia fatores de risco para reduzir as doenças cardiovasculares que incluem gênero, idade, história familiar de aterosclerose e o colesterol. A partir de 1998 passou-se a usar o termo fatores de risco pela Organização Mundial de Saúde, com prevenção e medidas para diminuir doenças e redução dos fatores de risco. Um dos grandes problemas na atualidade são a baixa adesão da população aos fatores de risco amplamente conhecidos para a aterosclerose como obesidade, hoje uma verdadeira epidemia nacional, sedentarismo (não temos uma educação voltada especialmente nos bancos escolares e nas famílias da importância da prática de atividades físicas permanentes e seus inúmeros benefícios para toda a vida) , tabagismo, além do controle rigoroso do colesterol total especialmente do colesterol-LDL, diabetes e pressão arterial elevada ou hipertensão. O estudo HPFS estudou cinco hábitos saudáveis que foram não fumar, fazer exercícios moderadamente vigorosos maior que trinta minutos ao dia, redução de ingestão de bebidas alcoólicas do peso corporal sobrepeso e obesidade. Outro estudo Postdam acrescentou também dieta de frutas, vegetais e grãos integrais ; menor consumo de carnes vermelhas com importante e interessante redução após sete anos de dieta do risco de infarto (78%), avc (50%), diabetes (93%), e câncer (36%). Na próxima edição estaremos conversando sobre os aspectos práticos da prevenção e cada um dos fatores de risco para o ataque cardíaco ou infarto do miocárdio. Até lá.
Referências:
Precoma DB, Oliveira GMM, Simão AF, Dutra OP, Coelho OR, Izar COM, et al. Atualização da Diretriz de Pre-venção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Ar-quivos da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2019.
Castro I. Livro-Texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 1. reim-pressão Manole; São Paulo; 2021.
Dr. Élvio Marques da Silva
Médico Cardiologista Clínico
CRMMG 17383- RQE 10984
Mestre em Medicina pela UFMG
Clínica do Coração Dr Élvio – Itaúna
(37) 34022440 ou (37)9993585
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