Combate
Temos vivido tempos confusos, porque não dizer difíceis? Não gosto muito da palavra difícil, pois ela já carrega em si um certo quê de desistência e de desânimo. Porém, estamos passando por uma época conturbada. Em tantos países, cristãos estão sendo perseguidos. Em tantos momentos, parece que o mal está a vencer o bem. Faz-se tanto barulho por tão pouco. As pessoas estão extremamente sensíveis. Ser ansioso parece um estado absolutamente normal. E a depressão parece a “batatinha quando nasce, espalha ramas pelo chão” e se alastra, despudoradamente.
Como se não bastasse o mal exterior, provoca-se o mal interior se questionando valores inquestionáveis. Desumanamente, muitos judiam de si mesmos, se comparando com o que é postado por outras pessoas. Dissemina-se um estado de complexo de inferioridade, de baixa autoestima lastimáveis. Sofre-se à toa. Na verdade, não conhecemos a verdade incontestável que muitas fotos escondem. Podemos editar o que quisermos, usar mil tipos de filtros, podemos nos produzir e parecer. Mas, precisamos ser. Somente o ser nos preenche.
Estamos demasiadamente expostos e demasiadamente escondidos. Somos solitários no meio de milhares de seguidores. Poucos se dispõem no dia a dia, a se encontrarem conosco, num encontro de almas, nos vários ambientes que frequentamos rotineiramente. Muito me preocupa o rumo sem rumo que as coisas tomam. Parece que tantos somente vagueiam pelo planeta, como se para eles, não houvesse sentido, nem propósito, nem uma causa pela qual honestamente lutar. Há somente o estar aqui meramente por estar. Nos esquecemos de dizer “Livrai-nos do Mal”, e o mal se encorpa de tal forma que aparenta prevalecer. Na verdade, querendo ou não, conscientes ou não, estamos, todos os dias, num combate espiritual. Feito o mundo, dentro de nós, existem a bondade e a maldade. Conscientes e cautelosos, observando nossas decisões, nosso modo de agir, atentos aos nossos pensamentos e às nossas omissões, vamos definindo o nosso combate diário e deixando prevalecer o bem. Não podemos mudar o mundo, é o que sempre dizem. Mas, temos o poder de comandar o nosso mundo interior e a partir daí, termos condutas assertivas e que promovam o bem a quem nos rodeia. Cautela! Cuidado! Tudo isso exige maturidade, exige silêncio reflexivo, exige muitas orações. Claro, que escorregamos. Erramos, fazemos o que não gostaríamos de ter feito, e então, volta-se atrás, e com o coração mais calejado, somos capazes de pedir perdão e de perdoar, e recomeçamos. Não é fácil a labuta humana pelo verdadeiro entendimento do que vem a ser esse combate. Cabe a cada um de nós, de forma única e pessoal, definir o que fazer para a disseminação do bem no mundo exterior. Que tenhamos força e entusiasmo nesta luta.