O excesso de peso ou sobrepeso, a obesidade e o coração
Como cuidar bem de seu coração?
Atualmente o número de pessoas no mundo e no Brasil com excesso de peso vem crescendo a níveis alarmantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em torno de 13% da população mundial está obesa. No Brasil o mesmo acontece inclusive com crianças e adolescentes chegando a obesidade a mais de 30% entre 5 e 9 anos, o que com certeza terá repercussões para as futuras gerações e entre adultos o excesso de peso supera 55% da população. Na verdade a obesidade é uma doença crônica, complexa e originária de vários fatores, na verdade um problema de saúde pública. A obesidade é o excesso de gordura corporal estando associada a várias complicações como diabetes tipo2, hipertensão, dislipidemia ou excesso de colesterol e ou triglicérides, além de pancreatite, cânceres, cálculos na vesícula, apnéia do sono e fígado gorduroso ou esteatose, infertilidade e osteoartrose entre outras doenças. Sabe-se hoje que a obesidade é fruto de fatores genéticos, ambientais e comportamentais e que a obesidade resulta da oferta excessiva de alimentos e estilo de vida moderno. A industrialização dos alimentos, seu consumo em alta quantidade e velocidade, a baixa ingestão de verduras e alimentos nutricionalmente ricos, associados ao sedentarismo são situações que vem contribuindo para a o sobrepeso e obesidade na atualidade, além de outros fatores neurológicos, psicológicos e sócio-econômicos. O diagnóstico de obesidade ou sobrepeso é simples, através do peso corporal e altura, o IMC, e também das medidas da circunferência abdominal, pescoço e panturrilha. Existem exames como a tomografia computadorizada e ultrassonografia que podem medir a gordura bem como a ressonância magnética. O que fazer para tratar a obesidade e ou sobrepeso? Todos as pessoas com sobrepeso e obesidade devem obrigatoriamente mudarem seu estilo de vida, praticar atividades físicas regularmente e sob supervisão de profissionais da área da saúde, parar de fumar e reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas. Sobre atividade física vale ressaltar mais uma vez que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, deve-se incluir no mínimo 150 minutos por semana ou 30 minutos em cinco dias da semana combinando exercícios aeróbios e resistidos, uma programação de perda de peso de 0,5 a 1 kg por semana, reduzindo a quantidade de gorduras, açúcares e massas da dieta. A melhor dieta é aquela que você consegue seguir, porém as mudanças no estilo de vida são fundamentais. O tratamento com medicamentos é reservado em um segundo momento para quem não conseguiu perder peso com as medidas anteriores, além de ter um IMC maior que 30 e na presença de outras doenças. Um grande problema é que 50% das pessoas recuperam o peso em 12 meses, razão da importância da mudança do estilo de vida, presença de uma equipe multidisciplinar com médico, nutricionista e educador físico. Existem vários medicamentos no mercado nacional com validação científica que seu médico após criteriosa avaliação poderá indicar. O tratamento cirúrgico é indicado em casos específicos, IMC acima de 40, o que nós médicos denominamos de obesidade mórbida e a presença de doenças que ameaçam a vida. Lembrem-se que dietas milagrosas, sem conteúdo cientifico podem trazer prejuízos e problemas. Por fim, procure um profissional de saúde habilitado, um médico de sua confiança, com experiência no tratamento da obesidade, além da presença do nutricionista e educador físico. A determinação e a persistência além da mudança do estilo de vida são fundamentais para o êxito do tratamento e seu coração como todo o seu corpo agradecem. Na próxima edição vamos conversar sobre o Hábito de fumar e o coração.
Referências: Castro I, Precoma BD, Albuquerque DC, Bacal f, Queiroga M, Dutra OP,Martins WA. Livro-Texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. São Paulo: Manole; 2021.´