As novas funções dos quartos de serviços nos projetos residencias
O cômodo, que vem de um contexto histórico problemático, hoje é reimaginado em closets, suítes, despensas, lavanderias e outros.
Com o passar dos anos, os antigos quartos de serviço deixaram de ser um elemento obrigatório nas plantas residenciais. À medida que as necessidades dos moradores evoluíram e os estilos de vida se se transformaram, esses ambientes anacrônicos, comumente encontrados em imóveis construídos no Brasil desde a década de 1930, passaram a ser repensados nos projetos de reforma.
O pequeno cômodo, tradicionalmente localizado junto à cozinha ou lavanderia, hoje ganha novos encargos, se adaptando ao ritmo contemporâneo das moradias e contribuindo para layouts mais flexíveis, refletindo um novo comportamento de nossa sociedade.
Com uma configuração bastante modesta, sendo até, na maioria das vezes, desrespeitoso com quem que ali repousava, sua extinção na arquitetura de interiores tanto é percebida nas reformas das casas e apartamentos datados desse extenso período, como nas plantas atuais.
FLEXIBILIDADE E REAPROVEITA-MENTO
Hoje, o destino do antigo quarto de serviço varia conforme o perfil dos moradores e suas particularidades. Em alguns casos, ele é mantido para incumbências práticas como despensa, depósito ou extensão da lavanderia e, em outros, é completamente reimaginado.
DE SUÍTES ATÉ HOME OFFICES
A reconfiguração do quarto de serviço oferece uma oportunidade valiosa para agregar outras finalidades às moradas. Em reformas, a área pode ser convertida em novos ambientes ou, por meio de sua eliminação, repensar a planta baixa contribui para o conforto e a fluidez quando a ideia é otimizar e ampliar cômodos como cozinha, lavanderia ou banheiros.
Outras intervenções já converteram esses quartos em closets, alongaram banheiros para incluir banheiras de hidromassagem e até executaram novos dormitórios estrategicamente posicionados.
O CONTEXTO HISTÓRICO E A QUEBRA DE PARADIGMA
Embora hoje essas mudanças sejam comuns, o quarto de serviço tem raízes históricas que refletem uma sociedade com relações de trabalho doméstico distintas. Nos apartamentos construídos entre as décadas de 1940 e 1970, era usual que estivesse associado às tarefas domésticas, muitas vezes em condições limitadas e incômodas.
Frequentemente pequenos e sem ventilação, essa dependência surgiu em um contexto em que o trabalho doméstico era intensivo e com poucas preocupações com o bem-estar de quem o realizava, histórico da arquitetura que carrega traços mais antigos, desde a época da escravatura. Com o tempo, alterações sociais e leis trabalhistas trouxeram novas exigências e, gradualmente, essa configuração foi sendo substituída por soluções mais adequadas às demandas do momento.
Com informações de casa.abril.com.br/arquitetura