Arterosclerose, o desafio da ciência e o mal do século!
Parte 02
As duas doenças que mais matam atualmente a população adulta em todo o mundo são o ataque cardíaco ou infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral, avc ou derrame cerebral, mas entre as duas, sem sombra de dúvida estatisticamente o que mais leva ao óbito é a doença isquêmica do coração, angina ou infarto.
Sabemos que o controle rigoroso, contínuo e permanente da pressão arterial está diretamente relacionado a redução da prevalência de acidente vascular cerebral. Mas o que leva uma pessoa a ter infarto ou ataque cardíaco? Desde o século dezenove, estudiosos destacavam o papel da arteriosclerose ou aterosclerose com inflamação e também da degeneração de segmentos ou setores da artéria; no século seguinte a função da camada mais interna da parede arterial o endotélio foi valorizada e especialmente hoje, inúmeros medicamentos atuam exatamente na camada e função endotelial ou porção mais intima da artéria. Reforça-se através de novos estudos que mães com aterosclerose estabelecida já dão a luz a bebês com estrias gordurosas, ou seja a doença aterosclerose já está presente no nascimento deles.
O fator de risco principal para doenças cardiovasculares é o colesterol, ele é o motor, embrião e condicionante maior para a lesão da artéria, seu adoecimento, degeneração e formação da placa ateromatosa, placa de gordura ou ateroma. Sabemos que o colesterol é importante para a formação de hormônios e estruturas celulares porém, os estudos mostram que quanto menor o nível de colesterol total especialmente a fração LDL, menor o risco de doenças do coração e das artérias, senão vejamos: em recém-nascidos de pais saudáveis o nível de colesterol total é de 50 mg/dl e de 30 mg/dl de LDL colesterol, bem como nos índios. As novas diretrizes demonstram que o valor ideal no adulto do colesterol é de 180 a 200 mg/dl e de LDL não deve ultrapassar 130 mg/dl, porém sabe-se agora que indivíduos com colesterol LDL igual ou inferior a 90 mg/dl tem menor chance de eventos ou complicações cardíacas. Os estudos de Framingham foram os pioneiros e identificaram a perigosa associação entre pressão alta ou hipertensão, colesterol LDL elevado, tabagismo, sedentarismo, diabetes mellitus, HDL colesterol baixo e doenças do coração, especialmente angina e infarto, principal causa de morte em todo o mundo.
Apesar de toda evolução do conhecimento, tecnologia o homem continua morrendo pelo que ingere e pelo seu estilo de vida. Cabe aqui um rigorosa reflexão para cada um de nós! Como estamos vivendo, fazemos prevenção, como está nossa pressão arterial, glicemia, colesterol, peso, atividade física?
A mais importante atitude de cada um de nós é mudar o estilo de vida, a começar por conhecer nossa pressão arterial, nosso colesterol, glicemia, nosso peso, nível de stress, como anda nossa alimentação. Os adultos devem praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ( por exemplo caminhar).
O controle do peso com padrões alimentares saudáveis; abolição do cigarro ou tabaco em todas as suas formas e desestimular o uso de bebidas alcoólicas ou uso moderado das mesmas; controle rigoroso da pressão arterial, , exercitando a espiritualidade seja ela qual for e da forma que se sentir melhor além de periodicamente se fazer a prevenção com o profissional de sua confiança. Enfatizo que somos hoje o resultado de nossas ações, ente elas o que fazemos, como alimentamos e as atitudes que tomamos. Duas grandes realidades são: tanto pressão alta, colesterol elevado e glicemia alterada podem vir sem nenhum sintoma e a segunda é que os estudos mostram que a grande maioria das pessoas com estas doenças ou não aderiram ao tratamento ou não conseguiram o controle adequado, fica este alerta!
Na próxima oportunidade abordaremos o tema dores no peito. Até lá!
Referencias: CAPTEC/2024 – Sociedade Brasileira de Cardiologia; Zipes PD, Libby P, Bonow OR, Mann LD, Tomaselli FG. Braunwald Tratado de Doenças Cardiovasculares. 11 edição Guanabara Koogan. 2022.