Arteriosclerose, o desafio da ciência!
As doenças do coração e da circulação são atualmente a principal causa de adoecimento e morte em todo o mundo. O infarto do miocárdio ou ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral ou avc tem como causa a obstrução, degeneração, envelhecimento de partes ou segmentos dos vasos arteriais.
E estes vasos são essenciais uma vez que são os responsáveis pelo transporte de oxigênio e demais nutrientes. Outros vasos como as veias e linfáticos tem função nobre, mas não tão essenciais como as artérias. Ao mesmo tempo que observamos o aumento da longevidade, hoje pessoas jovens apresentam cada vez mais infarto e ou acidente vascular cerebral.
Todos devem conhecer um parente ou conhecido falecido subitamente por doenças do coração e circulação e muitas vezes de modo súbito e irreversível, mas porque?
A arteriosclerose, ou adoecimento, envelhecimento, obstrução de parte destas artérias é a principal lesão, a responsável pelos quadros de morte súbita, avc, ataque cardíaco.
Mas quando começa este processo de lesão ou obstrução, adoecimento ou degeneração das artérias? Antes de prosseguirmos nosso raciocínio devemos lembrar que temos artéria em todos os setores do corpo, da cabeça aos pés, portanto lesões nos olhos causando cegueira, nos rins levando a hemodiálise, no coração levando a angina, infarto, arritmias, dilatação do coração, das artérias do intestino levando a trombose arterial, dos vasos renais levando a insuficiência renal e hemodiálise e transplante renal, dos membros superiores e inferiores podendo ocorrer obstruções severas com isquemia e destruição total e amputação de parte ou de todo o membro.
Os estudos já mostram que se a mãe possui a doença aterosclerose, o recém-nato já nasce com traços da doença, ou seja ela a arteriosclerose se inicia desde o nascimento, infância e adolescência por inúmeros fatores chamados de risco para arteriosclerose como: hereditários, familiares, estilo de vida, obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, sedentarismo, stress e ,tabagismo, sócio – econômicos e ambientais entre outros. Existem os chamados fatores de risco modificáveis como a pressão alta, sobrepeso e obesidade, diabetes, tabagismo e aqueles não modificáveis como hereditariedade, sexo, mais frequente nos homens e as mulheres após a menopausa sem a proteção dos hormônios estrógeno e progesterona.
Um dos principais fatores de risco modificáveis é a elevação dos lipídeos ou gorduras tendo como principal ator, o colesterol, ele é importantíssimo em nosso organismo pois participa da estrutura das células bem como na formação de inúmeros hormônios, porém em níveis elevados se deposita na parede das artérias levando a graus variados de obstrução e prejuízo no fornecimento de nutrientes, oxigênio. Todos devemos saber pelo menos uma vez ao ano como está nosso colesterol total e suas frações LDL, a fração mais cruel chamada de aterogênica e o HDL ou bom colesterol. Em um jejum de 12 horas o nível de colesterol no adulto deve estar entre 180 a 200 mg/dl. Na verdade, como o processo se inicia na infância, adolescência, as crianças e adolescentes devem dosar seu colesterol. No próximo artigo estaremos abordando outros fatores de risco para esta doença e medidas para prevenção.
Referências: Neto AS, Hajjar LA, Filho RA. Cardiologia Diagnóstica Prática. Manole. 2018.