Murais ecológicos: a tecnologia da tinta que filtra o ar
Diversas cidades do mundo estão recebendo as cores e os benefícios de murais pintados com tinta fotocatalítica, reconhecida por ajudar a limpar o ar. Os murais são parte do projeto Converse City Forests, da criadora do famoso modelo de tênis All Star. O objetivo foi pintar mais de 14 mil metros quadrados murais ao redor do mundo até o final do ano de 2020. Juntos, os murais equivalem ao plantio de aproximadamente 40 mil árvores. A tecnologia da tinta fotocatalítica usa a energia da luz para decompor os poluentes atmosféricos nocivos e convertê-los em substâncias inofensivas. Qualquer superfície revestida com esta tinta torna-se uma superfície purificadora de ar ativa, que ajuda a proteger as pessoas de gases nocivos. A tinta faz o papel de árvores em lugares que não podem crescer. Os murais são produzidos com dióxido de titânio, que atrai poluentes e os transforma em nitratos inofensivos, graças a um processo químico ativado pelo sol. A capital paulista está entre as cidades que fazem parte do projeto. O mural foi assinado por Rimon Guimarães, artista autodidata e multidisciplinar de Curitiba, que já criou murais em 27 países e atualmente está envolvido em vários projetos sociais que buscam integrar à sociedade grupos marginalizados através da arte. Inspirado pelos povos indígenas originários, o mural foi pensado para celebrar e destacar a importância das raízes culturais, e teve a colaboração de Nazura, artista multidisciplinar da zona leste de São Paulo formada em artes visuais e pesquisadora do afrofuturismo. Intitulado de “Pindorama”, que era como os nossos povos originários chamavam a terra antes da chegada dos europeus, o mural faz referência aos quatro elementos reverenciados pelos índios: terra, vento, água e fogo, além do pássaro, onça pintada e a cobra, considerados animais de poder. Já a figura feminina indígena teve seu traje inspirado na tribo Jurupixuna, que viveu na região amazônica até o século XVIII e, sua máscara é inspirada em pinturas faciais de tribos como Kayapó e Xikrin. O projeto no Brasil filtrará a mesma quantidade de ar que 750 árvores.