E por falar em Otimismo
A pessoa está ali presente. Você acredita nesta possibilidade, e então você tenta uma comunicação eficaz com ela, ou melhor tenta navegar em suas águas, bailar a seu ritmo. Ensinar talvez um passo diferente, desconhecido para a pessoa. Se esforça, mentaliza, planeja. Ensaia um melhor discurso e… para nada.
Passa algum tempo esperando que o tempo jogue a seu favor.
Mas você não dá por vencido. Teoriza, pode ser que esta não seja a pessoa que poderia haver algum tipo de comunicação. E segue.
Miragem traz miragem, você segue neste interminável deserto de seres humanos bebendo do otimismo que traz em sua mochila.
Com o tempo, resta cada vez menos para saciar esta sede de interação com o outro ser.
São sedes de coisas diferentes. Com pessoas diferentes. Não uma sede de água, comum a todos. São sedes de falar, de ouvir, de tocar, de entender e se fazer entendido. De interagir.
E segue, aproveitando e economizando cada gota deste otimismo. Enquanto dure. Guarda sempre uma gota para depois. Quiçá.
As ilusões, construtoras de miragens, pouco a pouco vão aprendendo a teorizar sobre qualquer possibilidade. As cicatrizes não se disfarçam com tatuagens. O sagrado otimismo da ilusão vai perdendo o jogo. E de pronto aprende que é somente um jogo. E que termina. Assim que permite não mais lutar com o inverno da distância percebida, sentida. Vai permitindo com cuidado acompanhar as ilusões e não levar tantas malas em cada viajem.
Aprende a levar somente o que resta de otimismo em sua mochila. O justo para não se tornar um velho amargado e solitário, porque o otimismo é o doce da vida. A única chave capaz de abrir uma verdadeira comunicação com o outro, e uma poderosa fonte do contentamento pessoal. Ah! E se acaso depende de uma razão externa para ele, estarás perdido.
A energia está dentro.