E por falar da Distância
Se algo que podemos considerar relativo é sem dúvida alguma o que nominamos de distância. Pode que não esteja presente fisicamente, mas pode chegar como uma brisa, ou como uma tormenta inesperada, apenas em memória, ou que simplesmente deixe de existir. Nossa seletiva memória parece manter equidistante tudo o que é insignificante ao trazer momentos vivenciados únicos, bons que presenciamos em nós e nos outros. Se pode ver a circunferência, abaixo as nuvens e mais abaixo a terra a demasiada distância quando voamos, e se pode perder a oportunidade de tomar distância de tudo aquilo que é penoso. Do que está escrito e temos que aprender existe a uma distância quase infinita, um caminho dos olhos à mente cheia de armadilhas para distrairmos, inconscientemente e não acionarmos nosso estado de atenção. O mesmo passa com a audição, daquilo que temos a mais tempo, mais distante o temos, habitualmente deixamos de ver e sentir o que temos seguros de existir, porque somente atentamos por aquilo que reclama mais atenção, que dói ou que não está. A quem vai preocupar se um órgão qualquer do corpo ou se quer lembrar que o tem se está saudável? A ordem cria a distância tanto quanto a aprendizagem de algo novo totalmente inusitado. Não basta querer, porque não é poder, de repente propor-se a tocar um instrumento musical qualquer, ser um profissional qualquer, apenas vendo ou estudando um tema na vida, apenas nos permite ser uns medíocres aprendizes. O dom de cada um marca a precisa distância, aí está o grau de frustração em uma infinidade de pessoas por não saberem medir ou precisar a distância necessária de seus interesses e capacidades cotidianas. Entre exatas e humanas há uma distância impossível de percorrer. Não é algo social, é pessoal.