Vi o trailer de um filme onde a protagonista confirmava a existência de algo dependente de sua velocidade observada externamente, mesmo porque dentro de um veículo a novecentos quilômetros por hora o sentimos parado. Assim que, o único testemunho da existência é o tempo da exposição; de uma fórmula matemática à existência de uma pessoa. Há outros fatores interagindo com a memória para que nossa percepção tome nota da presença de outra pessoa, justificáveis porque se fizeram notar ou por nossa carência de interação e injustificáveis. Para nós existe, a confirmação se faz com o tempo. Com o tempo, com a proximidade do objeto, crença ou pessoa, permitimos deixar-nos ser um pouco menos do que somos, tornando-nos vulneráveis ao ostracismo de nossa própria existência; também como costuma passar a não existência do outro. Curiosamente esta percepção da não existência do outro independe do tempo e da presença. Existe…não existe. Não é algo consciente, construído, como não o foi a percepção da presença. É algo para criar livros de autoajuda, de psicologia e deixar qualquer psiquiatra sem resposta. Qualquer resposta necessita uma lógica e parece ser que a existência não a tem. Para a maioria não existimos, urge acostumar-se a isso.